A Freguesia de Tendais é rica em hábitos, tradições, costumes, lendas, superstições e todo um conjunto de artes e ofícios que marcam esta bela localidade e a caracterizam com originalidade. A gastronomia não foi esquecida e ainda hoje há pratos típicos como: as painças, as papas, os formigos tão habituais no Natal e os doces tradicionais que agradam aos visitantes e ganham nomeada pelo mundo além.
Sediada no lugar de Quinhão, na freguesia de Tendais no concelho de Cinfães. Natureza da associação: etnográfica. Data da constituição da associação: 16 de setembro de 1991.
Sediada no lugar de Meridãos, na freguesia de Tendais no concelho de Cinfães. Natureza da associação: etnográfica. Data da constituição da associação: 6 de fevereiro de 1983.
A palha é a matéria prima, encontra-se nas encostas do Montemuro. Nestas leiras amanhavam a terra, semeavam e tratavam do centeio ao mesmo tempo que pastoreavam o gado que se espalhava pela serra.
A malhado produto era realizada na “Eira das Pardelhas”, esta, é situada na vertente montemurana defronte da aldeia de Alhões. Neste local juntavam-se as chapeleiras para adquirir os molhos de palha de centeio, após o negócio, os molhos traziam-se para casa à cabeça.
O centeio era malhado em molhos amarrados pela nagalheira por homens a soldo do dono dos alqueives que utilizavam o mangual para a realização do trabalho.
Porém, havia, e ainda há, outro tipo de aquisição de palha: semeada nas veigas e comprada ao lavrador, esta palha é cortada antes da espiga ter germinado o grão. É cortada por alturas de maio.
Antes de começar o processo para efetuar os vários produtos é necessário a separação da palha, ou seja, a mais fina da mais grossa.
Antes de entrançar, a palha é molhada num balde com água. A trança é feita, geralmente, com três palheiras. A venda da obra executada era feita nas feiras de dentro e fora do concelho. Transportavam o produto do seu trabalho à cabeça e deslocavam-se a pé até ao local onde era realizada a venda.
Devido aos penosos Invernos de neve, haviam feiras que ficavam por fazer. No dia antes das feiras faziam-se os últimos preparativos. O dinheiro ganho nas vendas servia para auxiliar no sustento da casa.
Hoje em dia, alguns trabalhos de artesanato são vendidos na loja interativa de Cinfães ou no Museu Serpa Pinto e esporadicamente, quem pede alguma encomenda.
Os doces tradicionais são o pão de ló, os merlindes e os biscoitos de manteiga ou matulos. A sua confecção era feita com técnicas rudimentares que têm sido substituídas por outras mais modernas. Outrora, era tudo elaborado manualmente, sem ajuda da electricidade, sem fornos eléctricos ou a gás. As doceiras iam de terra em terra descalças, de noite ou de dia, fizesse frio ou calor. Os doces eram vendidos e o dinheiro arrecadado para comprar uma roupa melhor, um par de socos ou para pagar as dívidas que se faziam nas lojas, com a alimentação das enormes famílias que caracterizavam tempos passados.
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